Reportagem

A chance do recomeço: refugiados encontram no Brasil a oportunidade para reconstruir vidas e sonhos

Com histórias e nacionalidades distintas, Ala Bahar e Luís Rivera, colaboradores da JLL, explicam os desafios de se estabelecer definitivamente em um novo país.

03 de Setembro de 2021
Autores:
  • Mateus Videira

Um novo país, uma nova vida, mas, acima de tudo, uma chance para escrever um novo capítulo. É com essa ambição, de recomeçar, que milhões de pessoas, cada uma com sua história, solicitam refúgio ao redor do mundo. Luís Rivera, gerente de Infraestrutura da JLL Work Dynamics, e Ala Bahar, auxiliar administrativa na JLL, viveram essa condição até encontrar no Brasil a oportunidade para reconstruir suas vidas e sonhos.

Natural de Caracas, Luís Rivera chegou ao Brasil em 2014. Dois anos depois, no entanto, viu sua situação se agravar e, próximo de perder sua situação legal, solicitou refúgio pelo receio de retornar à Venezuela e conviver novamente com a instabilidade política, econômica e social que assombram o país. 

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“A Venezuela é um país complicado, muito instável em diversos aspectos. Em 2016, quando fiquei sem emprego no Brasil, minha filha era pequena e me sentia vulnerável em voltar para o meu país. Aqui, vi que havia uma oportunidade para construir uma vida nova ao lado da minha família, então solicitei refúgio”, explica Rivera.

Enquanto o venezuelano procurou possibilidades para não ter que voltar à sua terra natal, Ala Bahar pousou em solo brasileiro sem chances de retornar ao local onde cresceu na Síria, dizimado diante dos impactos da guerra.

“A Síria é o que todos conseguem ver na TV, um país em guerra. O bairro que eu morava foi bombardeado e não havia como permanecer, não tinha mais nada. Vim ao Brasil para tentar começar de novo e hoje, com 25 anos, consigo dizer que consegui recomeçar”, conta Ala.

Tanto Rivera quanto Ala, hoje, estão entre os mais de 50 mil refugiados reconhecidos no Brasil até o final de 2020, de acordo com dados divulgados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE). Ambos, inclusive, fazem parte das duas nacionalidades com maior número de refugiados no país entre 2011 e 2020. 

Da Síria ao Brasil: um caminho sem volta

Há 10 anos, uma tentativa de revolta pacífica pró-democrática contra o presidente da Síria se transformou em uma violenta guerra civil. O conflito, que vitimou centenas de milhares de pessoas, devastou cidades e atraiu outros países para a disputa, foi o cenário em que Ala Bahar e sua família viveram por alguns anos, até o fatídico dia em que o bairro onde moravam deixou de existir.

No Brasil há quase seis anos, Ala encontrou o desafio de viver em um novo país, com uma cultura diferente e com a língua distante da que estava acostumada. O que poderiam ser empecilhos foram motivadores na busca por profissionalização e pelo desejo de poder trabalhar. 

“Na Síria nunca tinha trabalhado. Quando cheguei ao Brasil, como refugiada, procurei locais em que pudesse me instalar e aprender, principalmente a língua portuguesa, que é muito difícil”, lembra Ala.

Em busca de oportunidades, ela contou com o apoio do Instituto Techmail, criado em 2011 como um centro de ensino dedicado à formação e capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade e, posteriormente, aos refugiados, trabalhando com o aprendizado e a recolocação profissional. Por intermédio do projeto, há três anos, Ala ingressou na JLL.

“A JLL foi uma empresa que me abriu as portas, me deu a chance de começar a trabalhar, de me desenvolver profissionalmente e de aprender melhor a língua portuguesa. Mudou a minha vida”, conta a auxiliar administrativa. 

Luís Rivera mora no Brasil há sete anos com sua família e há cinco faz parte do time da JLL Work Dynamics.

Tudo no seu tempo, com um propósito

Enquanto para Ala a JLL foi uma porta de entrada, no caso de Luis Rivera foi reencontro. Isso porque, apesar de boa parte da carreira dedicada ao segmento hoteleiro, o venezuelano trabalhou por cerca de três anos na multinacional em seu país, quando iniciou na área de Facility Management.

“Na Venezuela, iniciei minha carreira trabalhando no background de hotelaria. Passei por resorts, hotéis cinco estrelas e atuei como gerente de operação. Adoro servir às pessoas. Em 2012, mudei apenas a quem servir, deixando os hóspedes para me dedicar aos espaços corporativos, quando fui para a JLL Venezuela”, lembra.

Apesar da experiência em FM, a oportunidade de voltar à hotelaria, somada a chance de deixar a Venezuela e vir ao Brasil, mudaram de uma vez por todas a vida do homem de 44 anos. Com o visto de trabalho temporário, permaneceu por dois anos no Brasil, entre 2014 e 2016, trabalhando na implantação de um hotel em Patos de Minas (MG). 

“Lembro como se fosse hoje. Cheguei na JLL e disse: ‘vou sair do país’. Não foi porque eu não gostava do que eu fazia. Eu amava, amo ainda, porque é o que faço hoje, mas a Venezuela vivia uma situação muito complicada, política, social e economicamente. Não tinha como recusar uma chance de deixar o país”, explica.

A perspectiva de um futuro mais promissor no Brasil foi mais tensa do que o próprio esperava. Após dois anos no Brasil, em 2016, o venezuelano viveu o período mais tenso de sua jornada, quando teve seu contrato de trabalho rescindido e ficou sem status migratório. No cenário mais complexo, em que contou com a ajuda de amigos para se manter, solicitou refúgio e, meses depois, reencontrou a JLL.

“Não queria voltar para a Venezuela, pois me sentia vulnerável. Procurei possibilidades já com a solicitação de refúgio e a JLL reapareceu na minha vida. Me contataram falando sobre uma vaga no Brasil, em São Paulo, para atuar com o que eu fazia na Venezuela. Mesmo sabendo da minha condição, a JLL me abriu as portas para garantir a vida que eu queria, no Brasil”, diz o gerente de Infraestrutura da JLL Work Dynamics.

 

A inclusão constrói um futuro melhor

O propósito da JLL, de construir um futuro melhor, vem bem a calhar para Luis Rivera e Ala Bahar. No momento de vulnerabilidade, ambos encontraram um novo lar no Brasil e um refúgio na empresa. Os sentimentos de gratidão e de acolhida são sempre reiterados, principalmente no que diz respeito à inclusão. 

“Sou diferente, de um país diferente, mas na JLL me sinto incluída, me sinto parte de uma grande família, que respeita cada pessoa do seu jeito”, finaliza Ala Bahar.

“A JLL não apenas me contratou, mas me clareou um caminho. Ela entendeu o que eu precisava naquele momento e me ajudou com tudo, se colocou à disposição, entendendo que deixar o país de origem não é fácil pra ninguém e o motivo pelo qual não queria retornar. Passei por momentos de fragilidade, em que meus amigos fizeram vaquinha para eu comprar coisas básicas, mas jamais deixei de acreditar em mim mesmo e sempre fui ético em tudo o que fiz. A JLL foi o presente, a oportunidade que apareceu para mudar a minha vida”, conclui Luis Rivera. 

 

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